terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um coração de papel

Hoje o dia aparenta está nublado, entretanto não significa que possamos afirmar a ausência definitiva do sol. Eu sou apenas uma garota que sonha em ter asas, com o intuito de enfrentar meus problemas de longe. Já me acostumei com a tempestade de palavras que escondem o sol, e acertam em cheio meu pobre coração de papel, onde se resulta em uma pancada muito forte. Feito de papel, abandonado, pulsação fraca, amassado, alguns rabiscos escritos, as pessoas tendem a não se importar; olham, amassam e jogam fora. Assim mesmo é feito com os panfletos que recebemos ao longo do dia no centro da cidade.
É normal sentir lágrimas quentes percorrendo sua face e se misturando com gotas da água fria no chuveiro. Normal apenas para quem chega em casa cansado(a), e debaixo do chuveiro encontra a paz para descarregar todas as recordações ruins que teve durante o decorrer do dia, e para isso, basta apenas uma vírgula lançada fora e se encontrando numa frase no local errado.
‘’ Um grito que gostaria que tornasse riso, e um olhar que me transfere medo e insegurança, gostaria que se tornasse choro após um abraço meu...’’ Gostaria de receber um dia um troféu de reconhecimento pela pessoa que sou, ou que tento ser em todos os lugares, pelo que faço, pela forma que penso, de boa filha e de uma mulher cristã. Desejo um dia me olhar no espelho e perceber que aquele coração de papel, não está se decompondo com o tempo e muito menos amassado. Quero olhar meu corpo e ver que todas as feridas do meu corpo foram saradas, perceber também que não há vestígios de cicatrizes. Cicatrizes que me reprimem, me deixam com frio e me deixam sem ar, por querer me sufocar todas as vezes que tento respirar. – Gostaria de ter asas, ah como eu gostaria!
Eu sou uma garota, mas não apenas uma garotinha. Posso não conter as mesmas forças que Sansão, nem ter os mesmos 17 anos que José, mas mesmo não possuindo a mesma idade, me recordo que um dia eu já tive 17 anos, e se um dia eu já tive, significa dizer que eu sei o que é ter 17 anos. Eu sei muito da história de José, tenho conhecimento por que ela mesmo sendo dele, faz morada em mim. E a morada é longa, são vários capítulos e talvez eu ainda esteja nos primeiros. Tenho nas mãos a verdade que me leva a lembrar que nesses vários capítulos da história existe um Deus, um único Deus. E o mesmo somará cada gota derramada, as cicatrizes e feridas, em reconhecimento, em respeito, autoridade e trará um dia ensolarado numa mesa farta com todos aqueles que por algum motivo nunca acreditaram em mim, e tudo se resumirá em um sorriso limpo de minha autoria. Hoje eu ainda posso ser uma garota, mas por dentro uma grande mulher que confia em um Deus que escreve em meu coração de papel que tudo posso, por que ele me fortalece, me protege, e está comigo todos os dias da minha vida, mesmo quando eu apenas escuto seus sussurros no escuro.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Banho de Chuva





Está nublado. De vez em quando o sol teima em aparecer por entre as nuvens e trazer um brilho especial ao dia. Mas mesmo assim depois de fazer muito esforço para permanecer some mais uma vez, dando o tom de cinza ao céu. Então olho para cima, vejo as nuvens negras, carregadas, pesadas, se arrastando pouco a pouco. De repente a ventania começa e leva tudo, inclusive me leva, não para onde quero, mas me leva por aí. Vasculho minha bolsa as pressas e descubro que o guarda-chuva sumiu. Sempre some quando eu mais preciso. Lamentei um pouco e continuei a andar, comecei a apressar os passos e num segundo a tempestade desabou. Corri o máximo que pude, tentei me proteger, mas estava ali sem abrigo. Um leve vazio, um banho de chuva, e eu me pergunto: - Porque as pessoas fogem de cada gota que caí do céu? Por que elas teimam em abrir o guarda-chuva, e não enfrentam seus problemas de uma vez por todas? Na volta para casa eu percebi isso, a chuva me acompanhou até em casa, entretanto meus passos não cessaram.

E pra concluir, por que você não deixa DEUS resolver seus problemas? Por que tentar resolvê-los, e se livrar de cada um com apenas um guarda-chuva?
O guarda-chuva que você segura nas mãos, e o vento leva, e te deixa sem abrigo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011


Vagando pelo meu minúsculo quarto esta noite de domingo, eu conheci um lugar pior que o deserto, um bosque escuro. No deserto, podemos até ver algo, mesmo não vendo nada o tempo todo, talvez uma miragem? (Lê-se fé) No bosque eu perdi a visão literalmente, nem minha sombra eu pude acompanhar. Um bosque escuro onde eu só escuto o silêncio do vento que bate no rosto, onde a areia me cega, onde eu procuro minhas mãos, mas as encontro presas no bolso do meu casaco. Levanto minhas pernas, e noto que estão enterradas na terra. Lentamente eu vou me despedindo de mim, sinto meu coração pulsar forte e quando me distraio, percebo que ele pulsa cada vez mais lento, talvez ele esperasse alguma reação minha naquele momento. O ar que respiro conta os segundos para sair de mim, talvez ele não me suporte, ou não encontre proteínas para sua sobrevivência, e agora que se ver livre como pássaro. Gostaria que ali fosse noite, por que eu teria certeza que o dia poderia acontecer a qualquer momento. Mas não é noite, nem tão pouco o dia virá, não existe hora, e se por ventura existir lugar, eu poderia inventar qualquer nome, ou calcular dependo da intensidade da minha dor, talvez bosque seja o ideal. Sinceramente? Acho que termino por aqui, talvez no próximo ponto final desse texto! Minha história termina no meu último respirar... No último parágrafo de minhas canções, no último pulsar do resto de coração permanente em mim, no meu último desejo que está por vir. - “Ressucita - me!” E quem disse que esse seria meu fim? A escuridão quase me engoliu, mas maior é o que está em mim do que está no mundo, Jesus. Por diversas vezes nos encontramos como soldados feridos, perdidos do restante do exército em um lugar, no meio do nada. Mas não isso não quer dizer que realmente estamos sozinhos, por que nunca estaremos. Existe alguém que vê tudo bem de perto, que presta atenção em cada lágrima, em cada acorde do teu coração. Existe alguém que te olha quando todos te esquecem, e te ouve quando todos viram as costas. Quando nossa fé vai se desfalecendo a cada segundo, esse alguém aparece, e respira em nós. Quando a tempestade nos faz respirar por aparelhos, e tudo parece não ter mais solução, e você não o sente perto, ele aparece no meio do mar e ordena que a tempestade pare, e que os ventos se acalmem. E a tempestade vai embora, e o que não era dia, se torna dia, e o bosque escuro e sombrio passa a ter vida! Sempre é assim, no último parágrafo ele inventa palavras, e faz do teu texto um poema cheio de rimas e flores estacionadas no vazio do teu coração, e floresce a tua fé, e o teu jardim é regado continuamente. É só querer ver, é só crer! Soldado, não desista dos planos de Deus, tenha força!

Levante a cabeça, existe alguém que te espera no meio do mar, com os braços abertos por inteiro.

Não desista não pare de crer, os sonhos de Deus jamais vão morrer!”

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Sonho parte # 1



Por mais que a neve tenha caído, inverno passado, parte dela foi nossa , mesmo eu estando só o tempo                                         
inteiro.
Lembro-me daquela chuva que por causa dela chegamos ao restaurante encharcados (risos). 
Lembro-me também o quanto eu costumava ficar sem jeito, quando te pegava a me observar mexendo o cabelo, sorrindo e conversando com nossos amigos naquela noite de lua cheia.       
Lembro-me do abraço apertado que te dei no dia do teu aniversário, eu posso senti-lo até hoje.                                                                                                                                               
Aquela canção ainda toca aos meus ouvidos, e quando tocada, é tocada de diferentes maneiras, talvez até em ritmos diferentes, mas sem alterar a essência da letra, e do momento.   
Obrigada pelos cuidados, foram tantos não é?
E você sempre esperava comigo na calçada minha mãe chegar ...
Na noite que ela não pôde me pegar, foi você quem me levou para casa.
Teu olhar sempre guardou comigo um segredo, um segredo pelo qual nem eu mesma sei, mas gostaria de decifrar um dia, ou talvez passaria a noite toda te olhando, até você acordar e assim poderia olhar-te nos teus olhos.                                                                                                          
Foram tantos os sorrisos trocados, foram tantas gotas de chuva e mais um coração perfurado.   
Até que a ponte fez caminho para ti, e outro para mim, assim o inverno quis ir embora também.
A chuva passou, e eu aqui sentindo falta do teu olhar que me impedia de reagir, me deixava presa na cadeira, surda e sem ar.           
Do inverno que passou, eu descobrir que ele não foi tão frio quando se têm lembranças quentes, e que cada paradigma de qualquer inverno que vier , trará para mim um pouco de você, e mais um pouquinho de nós.                                                                      

... E tu ainda vais me dizer que não gostas de café, seu branquelo?